Exposição A Arquitetura Política de Lina Bo Bardi
Ficha Técnica
Sesc Pompeia – São Paulo-SP
Ano do projeto e montagem: 2014
Área da exposição: 842m²
Direção e curadoria geral: André Vainer, Marcelo Ferraz
Coordenação: Thaís Marcussi
Colaboradores: Fernanda Jozsef, Tiago Wright
Projeto gráfico e Sinalização: Carla Castilho e Lia Assumpção
Estrutura metálica: Arquimedes Costa Engenharia Estrutural
Realização: SESC
Fotografias: Gal Oppido
Memorial
Para comemorar o centenário de nascimento de Lina Bo Bardi – arquiteta e pensadora da cultura que deixou marcas fortes e profundas na sociedade brasileira da segunda metade do século passado -, apresentamos uma exposição que enfoca basicamente suas três grandes obras de forte inserção sociocultural: o Solar do Unhão, na Bahia, o Masp e o Sesc Pompeia, em São Paulo.
São três projetos para equipamentos culturais que têm a convivência humana como sua força geradora. Esse desejo se evidencia em todos os aspectos de sua arquitetura construída, e na programação e uso que se fez e ainda se faz dessas espaços.
São verdadeiros oásis de conforto e civilidade em nossas sofridas metrópoles. Espaços que celebram a cidade como o lugar da celebração, do respeito e da possibilidade de ser livre e,
“estranhamente, espaços para experimentar a solidão no meio da coletividade, algo difícil de ser alcançado nas sociedades ocidentais, com barulhos e acontecimentos terríveis”, como dizia Lina.
Podemos afirmar que estes três projetos estão conectados por um fio que nunca se rompeu completamente, apesar dos duros golpes de descontinuidade administrativa e pressões políticas que sofreram ao longo de décadas. Pelo contrário, todo o sonho de realização de um mundo livre, socialista e criativo estampado na experiência baiana do Unhão, nos anos 60, foi revisto e retomado no projeto do Masp, na medida do possível e, com grande força e sucesso, no Sesc Pompéia. E, como dizia Lina, dentro de uma “leitura semiótica da realidade”, uma associação de pragmatismo com sonho e utopia que sempre acreditou na possibilidade de construção de espaços de convivência com economia de recursos e grande abrangência, associando simplicidade com sofisticação, rigor com poesia.
Estes são aspectos comuns às três obras escolhidas para a mostra. Aspectos que explicitam a opção de Lina de fazer da arquitetura uma arma de atuação política em sua luta para mudar o mundo.
Sua obra continua a jogar luz e apontar caminhos possíveis no campo da arquitetura e da cultura latu sensu, num tempo de falência de modelos já desgastados ou ineficientes de atuação e intervenção em nossas cidades.
André Vainer e Marcelo Ferraz